Após as chuvas de Outubro, a situação do Algarve não evoluiu de forma significativa. Além disso, a chuva que caiu junto à costa, por muita que fosse, de nada vale para a equação do abastecimento de barragens, uma vez que estas se encontram a uma maior altitude, na serra.
Segundo o Ministério do Ambiente e da Acção Climática -MAAC- ” Na região do Algarve, o volume armazenado nas albufeiras é de cerca de 145hm3, que garante um ano de abastecimento para o consumo público”. Os volumes totais armazenados nas barragens do Algarve, principalmente nas do Barlavento Algarvio, cerca de 3,5 milhões de metros cúbicos ou 3 hectómetros cúbicos acumulados e o volume total armazenado nas albufeiras regionais é de 145 hectómetros cúbicos de água e está assegurado o abastecimento público até 2023, caso as precipitações não permitam uma recuperação das reservas.
As últimas chuvas tiveram um impacto quase nulo nos níveis de água das barragens algarvias.O MACC esclareceu que o valor de 145 hectómetros se refere ao volume total armazenado nas seis albufeiras da região do Algarve – Arade, Bravura, Funcho e Odelouca, no barlavento (oeste), e Beliche e Odeleite, no sotavento (leste) – e assinalou que foram adotadas medidas para promover uma estratégia de controlo dos consumos e das disponibilidades hídricas. Este é um volume de água muito modesto, tanto em relação à capacidade somada das três principais barragens da região, as de Odelouca, Odeleite e Beliche (335 milhões de metros cúbicos – ou seja, quase 100 vezes mais), como às necessidades anuais da região, apenas ao nível do abastecimento urbano (sem contar com a agricultura), estimadas em 80 milhões de metros cúbicos.
Ou seja, e feitas as contas, as albufeiras onde a empresa responsável pelo abastecimento em alta vai buscar a água para tratar, entregar aos municípios e que acaba por nos sair das torneiras, têm mais 3,5 milhões de metros cúbicos [3,5 hm3] do que há um mês.
Apesar disso, a chuva que tem caído não deixa de ser «algo de muito positivo», até porque não só permitiu algum reforço das albufeiras, como regou os campos e se infiltrou nos solos, o que permite, pelo menos, que haja muito menos consumo.



